quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Herói, vilão, ou apenas mais um babaca?





Estou devendo, leitores. Reconheço. Porém, creio que meu tema tenha vindo em um espaço de tempo propício. Os ares estão mais brandos, próximo a esta discussão.
Venho comentar sobre o mais recente escândalo de Rafinha Bastos, o comediante (ex-???)apresentador do programa da rede Bandeirantes, CQC. É um tema controverso, bem com diversas opiniões. Todo o problema teria surgido após a aparição da cantora Vanessa Camargo em uma reportagem do programa. Ao voltar para a mesa de apresentadores, Rafinha Bastos contou a piadinha que, provavelmente, entrou nos anais da História, pois de fato tornou-se a piada mais comentada de todos os tempos. Como Vanessa está grávida de seu primeiro filho com o seu marido Marcus Buaiz, um empresário, Rafinha disse que a comeria, assim como ao bebê.

Diversas foram as interpretações. Já ouvi gente falando que, talvez, Rafinha tivesse contado uma piada canibal e que, assim, gostaria de comer, de fato, o filho do casal. Outros entenderam do jeito que eu julgo correto, o sexual. Diversas também foram as críticas e os problemas que vieram após para Rafinha. O comediante fora "expulso" do programa. Quase fora expulso da Rede Bandeirantes. Porém, o que mais me agradou e me surpreendeu fora a atitude de Rafinha frente ao problema. Logo na semana seguinte à piada, no qual não apresentaria mais o programa, o mesmo demonstrou as fotos abaixo, em seu twitter, afirmando de que estaria triste, durante a exibição ao vivo do programa. 

Em uma das fotos, trio que apresentou o programa na noite desta segunda aparece na TV  Foto: Salvador Cordaro/Twitter
O comediante Rafinha Bastos ironizando sua "expulsão" da mesa apresentadora do CQC.


Logo após às fotos, vieram dois vídeos, dos quais o melhor segue abaixo:


Tais atitudes me deixaram feliz. Sim, feliz. Pois o que foi contada foi apenas uma P-I-A-D-A. As pessoas parecem não entender o que aconteceu. Na verdade, dizem que estão tentando proteger a integridade do filho da herdeira da fortuna Camargo, porém, ao remoerem diversas vezes a piada (repito: P-I-A-D-A), é a integridade do filho dela que estão agredindo. 
Bom, o que aconteceu depois fora que Rafinha Bastos pediu demissão, apoiada pela produtora chefe do programa, o grupo argentino Cuatro Cabezas, fazendo com que a rede Bandeirantes fizesse de tudo para manter Rafinha em seu cartel, não dispensando-o. 
É estranho ver, em um país tão hipócrita como o nosso, igualmente racista e preconceituoso, indignar-se com algo tão pequeno. Um país que se diz alegre, feliz, e constituído por pessoas inteligentes. Depois deste episódio, que só demonstra a fragilidade da inteligência do povo brasileiro em entender que o que aconteceu foi uma piada (repitirei, leitor, mais uma vez: P-I-A-D-A), e não uma agressão direta. Ou seja, jamais poderemos fazer piadas sobre gordinhos, cristão, muçulmanos, judeus, brancos ou negros? Vamos tirar as piadas de português, pois desde a tenra infância fazem crianças crescerem com a mentalidade de que portugueses são todos chamados Manoel e/ou Joaquim, e são estúpidos. Ahhh, você pode estar se questionando: "Essas piadas são inofensivas!!". Você já a contou para um português? Para um muçulmano? Para um negro?
Vamos deixar de ser hipócritas e babacas. Para mim, ele é um herói, pois tornou-se vítima de uma caçada às bruxas incessante, devido a uma piada (preciso repetir?!)! É difícil acreditar que nasci em um país assim...

Apesar de achar também um cara desrespeitoso, mas que disse muito bem à revista Rolling Stone:

"Já quando o assunto é o caso a polêmica que envolve Rafinha Bastos e a cantora Wanessa, Jô é categórico: “Se o outro do CQC fala aquela bobagem, aquela infelicidade, e continua depois falando, quem sou eu para julgar? Ele que continue falando. Se quisesse, ele devia ter continuado, “Não [eu também como] ela, o filho, o marido e o avô também...” Qual é o critério que você estabelece? A censura é pior do que qualquer coisa”.

Jô Soares, em entrevista à revista Rolling Stone

                                                                                                                                              Danilo Galvão

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