Estou devendo, leitores. Reconheço. Porém, creio que meu tema tenha vindo em um espaço de tempo propício. Os ares estão mais brandos, próximo a esta discussão.
Venho comentar sobre o mais recente escândalo de Rafinha Bastos, o comediante (ex-???)apresentador do programa da rede Bandeirantes, CQC. É um tema controverso, bem com diversas opiniões. Todo o problema teria surgido após a aparição da cantora Vanessa Camargo em uma reportagem do programa. Ao voltar para a mesa de apresentadores, Rafinha Bastos contou a piadinha que, provavelmente, entrou nos anais da História, pois de fato tornou-se a piada mais comentada de todos os tempos. Como Vanessa está grávida de seu primeiro filho com o seu marido Marcus Buaiz, um empresário, Rafinha disse que a comeria, assim como ao bebê.
Diversas foram as interpretações. Já ouvi gente falando que, talvez, Rafinha tivesse contado uma piada canibal e que, assim, gostaria de comer, de fato, o filho do casal. Outros entenderam do jeito que eu julgo correto, o sexual. Diversas também foram as críticas e os problemas que vieram após para Rafinha. O comediante fora "expulso" do programa. Quase fora expulso da Rede Bandeirantes. Porém, o que mais me agradou e me surpreendeu fora a atitude de Rafinha frente ao problema. Logo na semana seguinte à piada, no qual não apresentaria mais o programa, o mesmo demonstrou as fotos abaixo, em seu twitter, afirmando de que estaria triste, durante a exibição ao vivo do programa.
O comediante Rafinha Bastos ironizando sua "expulsão" da mesa apresentadora do CQC.
Logo após às fotos, vieram dois vídeos, dos quais o melhor segue abaixo:
Tais atitudes me deixaram feliz. Sim, feliz. Pois o que foi contada foi apenas uma P-I-A-D-A. As pessoas parecem não entender o que aconteceu. Na verdade, dizem que estão tentando proteger a integridade do filho da herdeira da fortuna Camargo, porém, ao remoerem diversas vezes a piada (repito: P-I-A-D-A), é a integridade do filho dela que estão agredindo.
Bom, o que aconteceu depois fora que Rafinha Bastos pediu demissão, apoiada pela produtora chefe do programa, o grupo argentino Cuatro Cabezas, fazendo com que a rede Bandeirantes fizesse de tudo para manter Rafinha em seu cartel, não dispensando-o.
É estranho ver, em um país tão hipócrita como o nosso, igualmente racista e preconceituoso, indignar-se com algo tão pequeno. Um país que se diz alegre, feliz, e constituído por pessoas inteligentes. Depois deste episódio, que só demonstra a fragilidade da inteligência do povo brasileiro em entender que o que aconteceu foi uma piada (repitirei, leitor, mais uma vez: P-I-A-D-A), e não uma agressão direta. Ou seja, jamais poderemos fazer piadas sobre gordinhos, cristão, muçulmanos, judeus, brancos ou negros? Vamos tirar as piadas de português, pois desde a tenra infância fazem crianças crescerem com a mentalidade de que portugueses são todos chamados Manoel e/ou Joaquim, e são estúpidos. Ahhh, você pode estar se questionando: "Essas piadas são inofensivas!!". Você já a contou para um português? Para um muçulmano? Para um negro?
Vamos deixar de ser hipócritas e babacas. Para mim, ele é um herói, pois tornou-se vítima de uma caçada às bruxas incessante, devido a uma piada (preciso repetir?!)! É difícil acreditar que nasci em um país assim...
Vamos deixar de ser hipócritas e babacas. Para mim, ele é um herói, pois tornou-se vítima de uma caçada às bruxas incessante, devido a uma piada (preciso repetir?!)! É difícil acreditar que nasci em um país assim...
Apesar de achar também um cara desrespeitoso, mas que disse muito bem à revista Rolling Stone:
"Já quando o assunto é o caso a polêmica que envolve Rafinha Bastos e a cantora Wanessa, Jô é categórico: “Se o outro do CQC fala aquela bobagem, aquela infelicidade, e continua depois falando, quem sou eu para julgar? Ele que continue falando. Se quisesse, ele devia ter continuado, “Não [eu também como] ela, o filho, o marido e o avô também...” Qual é o critério que você estabelece? A censura é pior do que qualquer coisa”.
Jô Soares, em entrevista à revista Rolling Stone
Danilo Galvão
Jô Soares, em entrevista à revista Rolling Stone
Danilo Galvão
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