Boa noite. Não, não estou falando boa noite para você que está nos lendo. Estou apenas, digamos, "parafraseando" um dos "grandes" ícones do jornalismo brasileiro.
Creio que não sou o único a ter percebido isso ao longo desses anos, mas, principalmente a partir da difusão da Internet, digamos nos últimos 10 anos, ao mesmo tempo em que a grande rede mundial de computadores nos oferece informações a qualquer momento sobre qualquer assunto, ela ao mesmo tempo facilitou o surgimento cada vez maior, e mais assustador, de coisas estúpidas. Bandinhas ridículas, artistas de realities shows, artistas de "meia-pataca"...
E uma das coisas que eu mais me aborreço são as notícias inúteis que, cada vez mais, tomam lugares centrais em sites que deveriam informar. Notícias sobre "Tal ator foi ao banheiro de restaurante na Zona Sul e voltou com papel higiênico preso no tênis" são cada vez mais comuns. Logo, a Internet, ao mesmo tempo que nos oferece uma infinidade de materiais que visam crescimento intelectual ou apenas conhecimento útil, supre nossa vã necessidade de conhecimento com notícias ridículas. Orkuts, Twitter, Facebook. Todos participantes da mesma face da moeda da Internet.
Entendo que é o grande espaço público mundial. Lógico! A Internet é muito mais do que possamos imaginar, mas essa liberdade oferecida pela grande rede, de poder dizer quando e o que quiser o que você puder, pode deixar um pouco a desejar. Talvez esta liberdade esteja sendo confundida com incompetência intelectual, e a cada dia isso é comprovado.
Ao invés de demonstrarmos o que realmente nos guia pelo mundo, nossos sonhos e desejos, aparentemente nos deixamos viver pela vida dos outros, como se a Internet pudesse servir como um grande "Big Brother". Isso é prejudicial.
E não estou falando que sou o grande conhecedor do mundo e que, provavelmente, eu lhe guiarei a um lugar melhor. Mas se você jamais chegou, ao menos, a pensar nisso, acho que deveria começar. Pense na Internet como um grande mural! Você pode colocar lá o que você quiser, quando quiser. Você realmente gostaria de ser conhecido por nunca ter feito algo, a fim de, pelo menos, elucidação própria sobre um assunto relevante? Entendo que é relativo, mas creio que se você puder começar a perguntar sobre coisas que realmente importam e que podem levar as pessoas a se indagarem sobre isso, e não apenas pegarem a informação e não as digerirem, estaremos todos percorrendo uma grande espiral, bem lentamente, rumo a destruição da sociedade moderna. Vejo tal assunto de forma bastante pessimista, apenas por observar que, em nenhum momento, tais tipos de informações diminuíram de incidência ao mesmo tempo que a sociedade não começou a questionar sobre o que recebem como "verdade".