quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Pinheirinho derrubado...

    Neste último domingo, ocorreu a desapropriação de milhares de famílias residentes na comunidade do Pinheirinho, SP. Diversas imagens, como a abaixo, chocaram o país.
Mãe e filha fugindo da comunidade do Pinheirinho, durante operação policial.

Moradores da comunidade de Pinheirinho, tentando defender seus lares contra a invasão da força policial.



    O que pode-se retirar desta ação? Mais de 2 mil policiais fortemente armados foram designados para a ação, que visava a retomada da área de posse do empresário Naji Nahas. Não viu-se tamanha força policial nem mesmo durante as ações de tomada das UPPs no Rio de Janeiro. Obviamente, temos grandes problemas nesta situação:

1) OK. A região era de posse do empresário, e é seu direito retomá-la. Porém, temos que observar que a região há muito não era utilizada. 
2) A posse da região fora realizada sem nenhum tipo de política habitacional.

    A região da comunidade do Pinheirinho, de posse de Naji Nahas, por seu direito, tinha que ser devolvida, como foi. Porém, não da forma como foi. Aliás, podemos concluir um ponto nesta discussão. Se nosso país tivesse uma política habitacional digna, não teríamos que passar por tais escândalos. O que queremos? Como já dito em post passado, o Estado brasileiro encontra-se numa classificação de um Estado falido. Falido sim, por não suprir as necessidades básicas de todo o ser humano, que após a adoção do contrato social deve-se garantir. Não temos a garantia dos direitos básicos do povo brasileiro, por isso passamos por tais situações. 
    Aliás, agora existe um embate político enorme em cima de tal repercussão: Pelo fato do governador do Estado de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin pertencer ao PSDB, o PT logo apareceu como o detentor do direitos políticos sociais, criticando por demais as ações políticas que foram tomadas nessa ação. Agora, como anda a política habitacional em todo o país? Encontra-se destruída. Como encontra-se a diversidade geopolítica e econômica do país? Podemos dizer que, se o Brasil agora surge como um potencial Estado a adquirir um papel como player do cenário internacional, surge apenas pela força econômica de seu centro regional Sul-Sudeste. Estados no Nordeste e Norte encontram-se abandonados e/ou comandados por políticos ainda presos no estigma do coronelismo. Dai surge o êxodo para as regiões do Sul-Sudeste.
    Temos que pensar e cobrar políticas sociais dignas. Eis o país que queremos demonstrar ao mundo como um potencial player no cenário internacional? Mega-Eventos estão chegando, e apenas nos mostram como estamos despreparados para sediá-los, ou até mesmo nos candidatarmos. 

Força policial em Pinheirinho.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Favorecimento? Imagina!

Mais uma vez cidades do estado do Rio de Janeiro são cenários de tragédias naturais. Desta vez a região serrana não foi tão atingida quanto no ano passado, quando há praticamente um ano, Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis foram severamente atingidas pelas chuvas.

Um fato que chama atenção é a falta de investimento do governo federal no estado, quer nas regiões atingidas pela tragédia do ano passado, quer nas regiões atingidas este ano. O estado do Rio de Janeiro sequer aparece na lista do Ministério da Integração Nacional como beneficiário de recursos para a prevenção de desastres naturais.

Mais curioso ainda é ver que Pernambuco, o estado natal do ministro Fernando Bezerra (PSB), recebeu mais de 98 milhões de reais, deixando São Paulo em segundo, com pouco mais de 40 milhões de reais, recebidos só do seu ministério. Curioso. Curiosíssimo.

O ministro negou que haja favorecimento ao seu estado de origem, alegando que Pernambuco foi atingido por tragédias no ano de 2010, o que justificaria tal volume de recursos. Ok ministro, mas, e o Rio de Janeiro, também não foi palco de uma das maiores tragédias naturais que o Brasil já teve? Por que o ministério não destinou verba alguma para o nosso estado?

Favorecimento? Imagina!